quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Óbvio Poema





Esqueça a Lua:
Romântica
De amantes
Mortífera.

Esqueça o Mar também:
Vasto
Sepulcro
Espelho.

Tudo já foi dito
De flores
De dores
Pra rimar com amores...

Há poemas onde nem sabias
eles esperam teu novo verbo,
um detalhe oculto,
outra magia.


Por que não
num lápis sem ponta,
no contorcer da lagarta,
na casa vazia?

Sei que nada foge
aos teus olhos,
és oráculo de deuses mudos.
Mas ignore o que é óbvio
não essa homilia.

(Berg Nascimento)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O Tornado





Quero ficar tonto em tua dança
assim, como num parque de diversões
devorado por teu carrossel de almas.

Quero rodar, rodar
e no teu eixo girante
sair em outra dimensão.

E pode me deixar sem eira nem beira
no teu grito sinfônico de restos e poeira.

Talvez encontre Dorothy,
talvez encontre Alice
tão perdidas quanto eu.

E que tua potência
destrua minha casa,
moa minha carne,
extirpe meus sonhos
e me construa de novo.

(Berg Nascimento)