quinta-feira, 8 de julho de 2010

A Janela dos Navegantes




Meu oceano é de silício,
não dependo do vento.
Estou ancorado,
Mas ainda assim navego.

A minha bússola
aponta somente o que quero ver.
Sou Almirante e todo a tripulação
em um só corpo.
Posso ter mais heterónimos
que Fernando Pessoa essa hora.

Meu diário de bordo uma blogosfera
aberta à outras Naus.
Um porto nunca seguro.

E quando navegar me cansa,
adormeço sobre as ondas
de uma bela canção.

(Berg Nascimento)

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