terça-feira, 20 de julho de 2010

Sensores

Tento entender os caracteres embaralhados
que o teclado alinha de forma suave.
Minhas pupilas secas e semi-fechadas
rangem como cortinas velhas.

A f a s t o - m e.

Lutar contra meu corpo
nunca foi o que de melhor faço.
Se ao menos fosse como essas
máquinas ao meu redor:
De aço, chumbo, impenetráveis...

Luzes artificiais me engolem
e anunciam o fim do dia.
Ou será o meu?

(Berg Nascimento)

Um comentário:

  1. Nós: as máquinas mais perfeitas. Ironia, as mais sensíveis também...

    Belo poema, Berg!

    ResponderExcluir