A Traça
A traça é iletrada
e devora mais livros do que eu
nem sabe ler e faz graça
perdida entre Julieta e Romeu.
Mastiga Shakespeare,
destrói Nietzsche,
e desafia Freud.
A traça passeia indiferente
entre as flores de Baudelaire.
E numa dieta de celulose
se alimenta do meu alfabeto
deixando os resto pra mim
do seu prato predileto.
(Berg Nascimento)
Poesias Cibernéticas
Onde a poesia se condensa com o mundo cibernético de hoje
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
Caravaggio

Foges Caravaggio, foges!
Escolha um cavalo de sua galeria
Ore aos santos de seus quadros
Esconda-se sob luz e sombras.
Foges Caravaggio, foges!
Há ciladas entre becos e vielas
Uma premiação por tua cabeça
Um toque trágico sobre a tela.
Foges Caravaggio, foges!
Que tua vida é moldura torta
E na praia tua silhueta morta
Que é dos gênios esse olho torto.
Escolha um cavalo de sua galeria
Ore aos santos de seus quadros
Esconda-se sob luz e sombras.
Foges Caravaggio, foges!
Há ciladas entre becos e vielas
Uma premiação por tua cabeça
Um toque trágico sobre a tela.
Foges Caravaggio, foges!
Que tua vida é moldura torta
E na praia tua silhueta morta
Que é dos gênios esse olho torto.
(Berg Nascimento)
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quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Pulsando

Ainda vivo:
na selva que antes era de pedra
e agora se tornou digital.
Ainda vivo:
no meio do caos diário
que só pertence a mim.
Ainda vivo:
catando palavras no espaço
e as embalsamando neste vidro.
(Berg Nascimento)
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quinta-feira, 19 de abril de 2012
O que o mar te dá e não o que você pesca
Puxar a rede e ver o mar fugir...
E sorrir pro que o mar te revela
Como estrelas que despencam do céu
Talvez com inveja do mar.
E no meio da espuma
Querer arrastar os mistérios
Do oceano de uma vez só.
Puxar a rede e ver a ansiedade surgir...
E ver o que o mar traz
Nas garrafas de amor,
Além do amor.
E se frustrar por não erguer o mar
Com todas as coisas que se perdem.
E no sacolejar dessas ondas
Um emergir de toda minha angústia
Do que vai surgir
Do que vai ficar
Do que vai punir.
(Berg Nascimento)
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10:05
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quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Finados
No segundo dia de novembro:
por favor, reze por mim!
Reze por tudo aquilo que não fiz
e por tudo aquilo que me fez pecar.
Reze pela minha inércia
e pela minha total falta de caráter.
Reze em voz branda:
a fim de não espalhar minhas mil mazelas.
Reze em qualquer religião
em qualquer canto da sala.
Ore nas estátuas de gesso
ore virado para Meca.
Pois já não posso ver a luz
eu já não posso nada.
E aguardo nesse teu murmúrio
uma suposta fuga deste meu refúgio.
(Berg Nascimento)
* foto de Márcia Foletto
* Poema escrito em 2006
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terça-feira, 6 de setembro de 2011
Vinho & Vermute

Quisera saber de toda tua complexidade
ser uma pequena cidade no Mediterrâneo
e te contemplar do palato até os rins.
Curar toda mediocridade
a cada gole desse elixir
que me faz rever amigos
como se estivessem aqui.
E cada vez que viro a taça
sou mais amigo de Baco
sou todos os vinhedos...
E nesse hotel barato
torno-me cavaleiro lunar
brindo com minha sombra
que me parece acompanhar.
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quarta-feira, 27 de julho de 2011
Père-Lachaise para ser eterno
Quero minha lápide em Père-Lachaise
E poder deteriorar meu corpo comum
Junto aos meus semi-deuses eternos
E misturar-se ao solo em suas essências.
Uivar a noite ao lado de Édith Piaf
Ser personagem mórbido de Balzac
Discutir com Proust morte após a vida
E beber até cair vivo com Morrisson.
Quero minha lápide em Père Lachaise
Sob a rua das pedras que choram
E Alimentar o musgo que cobre o mármore
Saciar a sede das árvores que tocam o céu.
Mas enquanto meu corpo ereto
Ainda tenta nobre arte exumar
Declamo aos portões do cemitério
Versos para poder me eternizar.
(Berg Nascimento)
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13:46
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sexta-feira, 22 de julho de 2011
Poesia inacabada
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domingo, 3 de julho de 2011
O oráculo de Rimbaud

Um chacal percorre a savana:
inquieto, andarilho, viajante...
Demónios aprisionados em sua retina
como uma caravana de ladrões sedentos
revelam reis, armas, dor...
Ele tem pele de marfim
e olhos azuis pra te enfeitiçar.
Sabe que ao atravessar o Portal das Lágrimas,
poeta e chacal serão separados pra sempre.
Charleville ficará pra trás...
Mas como abandonar a poesia
se ela flameja dentro de ti?
Um chacal não perde o faro.
Terás teu corpo mutilado...
Mas isso é para que possas voar.
E quando céu e inferno
te abrirem hospedarias,
seguirás teu próprio caminho.
(Berg Nascimento)
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12:53
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sexta-feira, 1 de abril de 2011
Ciranda celeste

Quando meus olhos fundem céu e mar
numa espécie de duelo celestial
há um certo jogo de brincar.
Toda água que já foi mar
desagua em tempestade
onde Sol não se opõe (está por trás de tudo)
e só fica a espiar.
E a natureza se faz ciranda:
devolve toda água pro céu
que retorna de novo pro mar.
Mas o vento que entra sem chamar
dissipa todas as nuvens (ele não gosta de brincar);
mas nem pense mal dele,
pois é natural das coisas
a brincadeira terminar.
(Berg Nascimento)
* foto de Anahi Santos
http://anahisantos.wordpress.com/
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06:08
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sexta-feira, 25 de março de 2011
Balela filosófica

Caminha-se para o nada
e desse nada surgimos, então:
nada de amor,
nada de amar.
Mas como surge algo do nada
para simplesmente nada ser?
Vez por outras se desencadeiam
essas coisas em minha cabeça.
E fica a angústia do meu nada
a discutir com meu nenhum.
Mas pra quê?
(Berg Nascimento)
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05:40
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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Óbvio Poema

Esqueça a Lua:
Romântica
De amantes
Mortífera.
Esqueça o Mar também:
Vasto
Sepulcro
Espelho.
Tudo já foi dito
De flores
De dores
Pra rimar com amores...
Há poemas onde nem sabias
eles esperam teu novo verbo,
um detalhe oculto,
outra magia.
Por que não
num lápis sem ponta,
no contorcer da lagarta,
na casa vazia?
Sei que nada foge
aos teus olhos,
és oráculo de deuses mudos.
Mas ignore o que é óbvio
não essa homilia.
(Berg Nascimento)
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19:04
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